Os Clássicos do Gran Turismo – Suzuki Escudo Pikes Peak

O Suzuki Escudo Pikes Peak version. Quem o chama dessa forma certamente é porque jogou Gran Turismo na sequencia correta. Na ‘vida real’ ele não tem esse nomezão todo. Pra falar bem a verdade, nem um nome definido ele tem. Seus nomes variam de “Suzuki Sport Twin Engine Escudo Special” (isso mesmo, Twin Engine, depois explico) a “V6 Suzuki Grand Vitara Pikes Peak Special”. Obviamente são versões e anos diferentes que fizeram com que suas alcunhas mudassem tanto assim, porém teve um nome em comum entre todos eles: Nobuhiro Tajima.

Bom, pra começar tudo, devemos ir um pouco antes do Escudo. O carro da vez é o Cultus! Pra você, que cansou de dar final nos 98% do GT2, este nome também é familiar e causa certo ar de nostalgia. A saga da Suzuki na subida de Pikes Peak, Colorado-USA, começou no ano de 1989 e, não apenas pra vencer na geral, mas também para adquirir experiência que aquele torneio poderia lhe dar. Para a tal, a Suzuki Sport preparou um belo carro e um tanto quanto complexo para época, o Suzuki Sport Twin Engine Cultus. O bólido vinha equipado com dois motores montados sobre os eixos dianteiro e traseiro, responsáveis por fazer girar suas respectivas rodas. Aposto que se fosse aos dias atuais, um desses motores seria elétrico…

O Cultus e seus dois motores continuaram até o ano de 1993 quando se decidiu que a fábrica teria que mudar de carro. No ano de 1994 apareceu o primeiro Escudo que correria na montanha americana, o Suzuki Sport Twin Engine Escudo Special 94. Ele carregava a mesma configuração de dois motores que o Cultus até então havia levado desde 89, mas agora tinha uma nova cara, um novo corpo e mais fôlego. Na estréia do Escudo em Pikes Peak, ele conseguiu alcançar a segunda posição na categoria e a quinta na geral. Com certeza não deixa de ser um bom resultado, mas a fábrica japonesa não estava ali somente pra ser uma coadjuvante. Para poder pilotar uma máquina dessas, era preciso ter culhões de titânio e, ao que parece, Nobuhiro Tajima os possuía. Já em 1995 o “Monstro” levou o Suzuki Sport Twin Engine Escudo Special 95 ao topo, tanto da montanha, quanto da classificação.

Após ter se sagrado campeã do famoso Pikes Peak International Hill Climb, a Suzuki resolveu que deveria investir mais no projeto se quisesse continuar a vencer. Em 1996 foi adquirido um túnel de vento e o novo Escudo seria desenvolvido através dele. As linhas visivelmente mais aerodinâmicas deram uma enorme vantagem perante aos outros modelos, mas não era isso o que chamava mais atenção. O que tinha de diferente era que a nova versão para subir o morro tinha “apenas” um motor V6 instalado ao centro do carro. A quem olhasse pela primeira vez logo torceria o bico e se perguntaria o por que de uma empresa construir um carro menos potente do que o anterior. Será que ela estaria colocando todas as fichas no novíssimo túnel de vento? Seria burrice, oras. É, seria burrice mesmo, e a Suzuki obviamente sabia disso. O simples V6 era um biturbo que poderia alcançar 980hp. Imediatamente, como num passe de mágica, as bocas dos críticos ficaram fechadas.

As vitórias vieram, mas não exatamente nos EUA. Em 1996, ano do novo modelo V6, alcançou o segundo lugar em Pikes Peak, porém sagrou-se campeão do All Japan Dirt Trial Championship e do J.A.F. Cup All Star Dirt Trial. Em 1997, com o nome de “Suzuki V6 Escudo Special 97”, venceu mais uma vez o J.A.F. e mostrou a força do novo modelo, uma vez que na famosa Pikes Peak ele ficou de fora. O ano de 1998 chegou e este é o mais impactante. Não para o modelo, mas sim para nós, GTgamers. Nas corridas, o novo “V6 Suzuki Grand Vitara Pikes Peak Special” começou a participar do Queenstown Gold Rush Hill Climb, na Nova Zelandia. Como a maioria dos hillclimbs, o traçado é desafiador e muito traiçoeiro, mas a Suzuki conseguiu vencer em três anos consecutivos.

Quando eu digo que o ano de 1998 da saga seria o mais impactante para nós, é porque é aquele Suzuki que nos é apresentado no Gran Turismo 2. Um carro que era simplesmente sensacional e, uma vez que você o adquiria, nunca mais perdia uma corrida no jogo. Nobuhiro Tajima é realmente um monstro e a Suzuki se mostrou uma empresa muito competente ao longo dos anos desde o Cultus até o Escudo. Mas o fato inegável é que o todo poderoso carro vermelho é muito mais famoso por causa do GT2 do que por seus feitos. Por isso, ele é um dos clássicos do Gran Turismo.

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